Horas após operação do Brasília Ambiental e da Polícia Militar que removeu entulhos e demoliu construções irregulares no Parque Ecológico do Gama, moradores da região denunciaram o retorno de ocupantes ao local. Segundo relatos, parte dos invasores voltou a erguer cercas improvisadas e colocar objetos dentro da área de preservação. “Eles fecharam o portão com arame e já começaram a ocupar de novo. Se só tiram e deixam o lugar largado, eles voltam”, contou um morador que preferiu não se identificar.
Na terça-feira (28), equipes do Brasília Ambiental retiraram cerca de 50 toneladas de entulhos e desconstituíram três edificações construídas de forma irregular dentro da unidade de conservação. A ação, que teve apoio da Polícia Militar, atendeu a denúncias sobre ocupações irregulares e possíveis delitos, incluindo tráfico de drogas. Um vaso com maconha foi apreendido durante a operação.
De acordo com moradores, poucas horas após a saída das equipes, indivíduos já haviam retornado ao local e colocado até um sofá próximo ao antigo ponto de ocupação. O grupo teria fechado um dos acessos com arame, o que dificulta a passagem de vigilantes e frequentadores. “Ontem mesmo já tinha gente colocando coisa lá dentro”, relatou outro morador.
Moradores da Qd. 2 do Setor Norte afirmam estar amedrontados com a situação e cobram ações permanentes de manutenção, como poda do mato e limpeza mais ampla, para evitar o reingresso de invasores. “O problema é que limpam e deixam o espaço vazio. Aí o pessoal volta e ocupa de novo”, resumiu um morador. Ainda segundo ele, chegou a ver um homem portando um aparelho semelhante a um rádio comunicador, usado para troca de mensagens.
O Brasília Ambiental informou que as equipes seguem monitorando a área e que novas ações de fiscalização poderão ser realizadas. O órgão reforçou que a população pode registrar denúncias pelo telefone 162 ou pelo site da ouvidoria do GDF.
O Parque Ecológico do Gama é uma das áreas de preservação mais importantes do Distrito Federal. Além de abrigar nascentes e vegetação nativa, funciona como zona de recarga do lençol freático, essencial para o equilíbrio ambiental da região.

