O céu desabou sobre o Bezerrão, na noite desta quarta-feira (29/1), como se os deuses chorassem a angústia do torcedor gamense. O Ceilandense, esse profanador, ousou pisar na nossa casa sem saber bem do seu lugar. Empatar já seria um crime. Perder, um suicídio. Mas o torcedor gamense é feito de carne, de osso e de uma esperança que só os escolhidos conhecem.
Nas arquibancadas a @iragama_oficial não parou de cantar. E que torcida! A Ira cantava como quem grita contra o destino, como quem sabe que a bola pode trair, que o juiz pode ser um infeliz, que o atacante pode tropeçar na perna do próprio infortúnio. Mas não, não seria na nossa casa.
O pênalti perdido por Nunes foi o instante em que o coração do torcedor parou no 1º tempo. chutou fraco no canto direito do goleiro, como fizera na última partida. Mas desta vez o goleiro pegou. O estádio urrou. Era um erro que poderia custar muito caro.
Taticamente, teve muita coisa estranha. O atacante Marcelo Toscano, perdido no campo como um profeta desorientado. Uma hora na zaga, outra no meio, outras tantas sabe-se lá onde. Corria mais do que a bola, como se o suor pudesse apagar o erro do companheiro.
E o tempo escorria, a chuva continuava, e o jogo era uma tortura. Foi então, no último suspiro, que surgiu Fabinho. O Gama já não jogava com os pés, mas com a alma. E a alma de Fabinho sabia o que fazer. A bola veio, e ele a chutou como quem chuta o próprio destino. GOL! E naquele instante o Bezerrão deixou de ser estádio. Virou catedral, virou hospital onde se curavam corações ansiosos, virou o céu para um time que por pouco não foi ao inferno.
Gama, torcida alviverde, deuses do futebol: 1 x 0 Ceilandense. 7 pontos somados. Alô Paranoá! Pode vir!!! É sua vez. Nós o aguardamos aqui no Bezerrão , no próximo sábado (1/2), às 19h30.